Mudanças sócioculturais e reconfiguração do espaço urbano

Autores/as

  • Chauana Silva Araújo
  • Liliane Ferreira Mariano da Silva
  • Marília Moreira Cavalcante

DOI:

https://doi.org/10.5821/siiu.6429

Resumen

Na história da sociedade, o surgimento e desenvolvimento das cidades sempre foi marcado pela apropriação do espaço público. Os diferentes atores sociais configuram e modificam o espaço urbano de acordo com o seu modo de viver. Estimativas apontam a cidade do Salvador, com uma população de quase 3 milhões de habitantes, assim como as demais cidades brasileiras, sofre com a crescente violência urbana, por exemplo, segundo o Sistema de Informação Municipal de Salvador (SIM), em 2014 foram registrados 1.749 furtos, e os roubos seguidos de morte foram de 50 (2014) para 64 (2015). O sentimento de medo generalizado por parte significativa da sociedade nas cidades, principalmente nos países da América Latina, vem reforçando as construções de estrutura que denotam sensações de segurança, como muros, paredões, cercas, grandes, entre outros. Esses elementos permitem a criação de dois mundos que muitas vezes não se comunicam, além de ocasionar a morte da vitalidade e degradação dos espaços externos. Em Salvador, registra-se um grande número de aglomerados e condomínios habitacionais arrodeados pelos muros. Diante da magnitude do tema, e a impossibilidade de tratar aqui de todo o conjunto, selecionou-se o “Bloco 83” do Conjunto Habitacional dos Oficias da Polícia Militar – 1 (CHOPM-1), localizado no bairro do Cabula, Salvador, Bahia. A partir da análise do projeto original foi-se reconstituindo a proposta de circulação, área de recreação, sistema viários, centros comunitários e outros aspectos, e as transformações ocorridas ao longo do tempo foram coletadas através de conversas com moradores e do levantamento in loco para mapear, fotografar e avaliar as transformações no uso e ocupação desses espaços comuns. Essa pesquisa objetiva analisar o processo de reconfiguração dos espaços comuns do bloco 83, principalmente, frente aos impactos socioespaciais da violência urbana, além de compreender como essa alteração da morfológica influenciou na dinâmica de crianças e adolescentes.

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