O presente artigo pretende contribuir para a discussão das medidas de contenção do
crescimento extensivo e indeterminado das cidades, focando o problema da desertificação
dos seus centros. Este tipo de crescimento materializa-se, na sua maioria, numa
urbanização difusa, de baixa densidade e maioritariamente monofuncional que tem
contribuído para a fragmentação e empobrecimento da estrutura, da forma e da vida urbana.
Este trabalho foca o caso de Coimbra e apresenta indicadores que revelam o esvaziamento (de população e funções) das freguesias centrais em oposição ao crescimento das freguesias periféricas. Constatado o progressivo abandono do centro urbano à custa de avanços extensivos no território, coloca-se a questão: Porquê continuar a esticar e multiplicar infra-estruturas e estruturas, quando possuímos um significativo número desaproveitadas, desabitadas, depreciadas? Assim, este trabalho defende a densificação do
centro da cidade de Coimbra como proposta de contenção ao crescimento extensivo e
disperso, considerando que através do adequado (re)aproveitamento dos espaços vazios expectantes (construídos ou livres) é possível (re)habitar e dinamizar o centro urbano potenciando, desta forma, o predicado essencial das cidades: o sentido de urbanidade