O aparecimento e o desenvolvimento dos shopping centers, na década de 1970,
revolucionou os hábitos e os itinerários da população urbana. De modo geral, a maioria dos centros comerciais provoca uma rutura com o tecido urbano em que se encontra inserido. O interior garantindo, através da vigilância eletrónica, segurança aos seus utentes, está carregado de estímulos para fixar consumidores, sem que estes sintam necessidade do exterior ou de outras atividades. A “cidade de fantasia” ou “cidade da ilusão” é tematicocêntrica, patrocinada por grandes companhias ou multinacionais e agressivamente
publicitada. Todos os aspetos negativos da cidade tendem a ser eliminados como a
sujidade, a toxicodependência, o trânsito e a pobreza. Estes espaços tornaram-se locais de encontro social, criando mesmo uma programação de animação e lazer, por forma, a que as pessoas encontrem aí mais motivos para os frequentar. Assim, tendo em conta a pesquisa etnográfica desenvolvida entre 2007 e 2011, propomos a partir de eventos organizados no Arrábida Shopping, na Área Metropolitana do Porto (Portugal), proceder à identificação dos objetivos, destinatários e motivações inerentes à organização dos referidos eventos, tendo em conta as representações dos seus organizadores